Terapia por IA: atendimento 24h, barato e sem julgamentos atrai pacientes. Mas funciona?

Um estudo recente com 1.200 usuários do chatbot de terapia cognitivo-comportamental Wysa descobriu que uma “conexão terapêutica” entre bot e paciente se desenvolveu em apenas cinco dias. A pesquisa, conduzida por psicólogos da Universidade de Stony Brook em Nova York, do Instituto Nacional de Saúde Mental e Neurociências na Índia, e do próprio Wysa, indicou que pacientes rapidamente passaram a acreditar que o bot gostava e respeitava eles — e que ele se importava. 

O Wysa, que tem mais de um milhão de downloads na Apple Store, não é a única opção para quem procura atendimento psicológico por inteligência artificial. O character.ai é um modelo de linguagem neural que pode se passar por qualquer pessoa, fictícia ou não – ou seu psicólogo pessoal, que pode vir com todas as características que você procuraria em um profissional real.

O character.ia foi criado por Sam Zaia, um estudante de medicina de 30 anos da Nova Zelândia, que ensinou a IA os princípios de seu curso de psicologia de graduação, e inicialmente o havia criado para uso pessoal. 

A IA é gratuita, barata e conveniente, segundo seu usuários. Não necessita deslocamento, está sempre disponível e tem recursos que permitem, por exemplo, salvar transcrições de conversas úteis. Muitos pesquisadores estão entusiasmados com o potencial da IA para aliviar a escassez de clínicos. “A prevalência de doenças e a necessidade do paciente superam em muito o número de profissionais de saúde mental vivos no planeta,” diz Ross Harper, CEO da ferramenta de saúde AI Limbic, ao jornal The Guardian.

O fato de poder programar seu IA exatamente como desejar também pode fortalecer os laços de confiança, e amenizar os medos de julgamentos que algumas pessoas enfrentam quando falando com humanos. As personalidades dos chatbots podem ser instantaneamente adaptadas às preferências do paciente. O serviço Earkick oferece cinco chatbots diferentes para escolher, os chamados Panda Sábio (“sábio e paciente”), Panda Treinador (“motivador e otimista”) e Panda Amigo para Sempre (“carinhoso e amigável”).

Um dos maiores obstáculos para a terapia eficaz é a relutância dos pacientes em se revelar completamente. Em um estudo com 500 frequentadores de terapia, mais de 90% confessaram ter mentido pelo menos uma vez. Eles mais frequentemente esconderam ideação suicida, uso de substâncias e decepção com as sugestões de seus terapeutas.

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